Bacharel em Jornalismo pela PUC São Paulo, Rodrigo Hidalgo é referência no jornalismo, atuando como repórter investigativo há mais de 30 anos. Ele iniciou sua carreira na Rádio Jovem Pan, como rádio-escuta, e logo se tornou repórter. Desde 2005, o profissional atua no Grupo Bandeirantes de Comunicação, realizando reportagens e coberturas investigativas sobre facções criminosas e suas atuações. Nessa trajetória de mais de três décadas nas ruas, o repórter explicou quais foram as principais diferenças e avanços que percebeu na apuração de notícias:
“Antigamente, era possível dar um furo de um factual, a depender do ocorrido e dos contatos que tínhamos. Recebíamos a informação antes de outros colegas. Entretanto, hoje em dia, com a velocidade das redes sociais, em poucos minutos uma informação já se torna amplamente divulgada. Atualmente, o acesso aos acontecimentos é instantâneo e muito mais rápido do que no início da minha carreira”, destacou Rodrigo.
Durante sua carreira, o repórter acompanhou de perto o surgimento da principal organização criminosa do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC), fundado em 1993 e responsável por grandes coberturas de Rodrigo, com a facção passando por mudanças nesse período, se expandindo.
“No início, os principais acontecimentos eram roubos a bancos de cidades afastadas das capitais. Hoje em dia, o tráfico internacional de drogas é o foco das organizações, devido aos altos lucros que as quadrilhas conseguem por meio do envio de cocaína para Europa”, comentou o repórter durante o nono episódio do Prodecast.
Em sua participação no podcast, Rodrigo explicou que a dificuldade para interceptar os carregamentos de droga beneficia o crime organizado, pois, segundo ele, a estimativa é que, a cada 10 cargas, apenas uma seja apreendida. No porto de Santos, por exemplo, já foram interceptadas 20 toneladas de drogas em um único ano, ou seja, segundo este estudo, seriam 200 toneladas passando pelo porto.
Com sua experiência de atuação, o repórter explicou também que a apreensão das drogas é apenas o começo das investigações, porque, a partir dela, a polícia realiza um trabalho de inteligência para identificar e entender quais os mecanismos das organizações. O profissional finalizou sua participação no programa dando dicas aos jovens que sonham em construir sua carreira com esse viés investigativo.
“O repórter investigativo precisa ser um profissional questionador, que sempre desconfie das coisas e busque apurar fatos e informações. É necessário saber que sua vida muda, não tem hora para nada, pois a notícia pode ocorrer a todo momento, por isso você pode ser acionado a qualquer hora. Além disso, tenha sempre em mente que a figura do produtor também é fundamental. Afinal, o repórter, que sempre aparece nas câmeras, não consegue se disfarçar, então é importante contar com todos os profissionais da sua equipe”, finalizou Rodrigo.
Conduzida pelo Doutor Clóvis Ferreira de Araújo, ex-Delegado de Polícia de São Paulo e atualmente advogado, a entrevista com Rodrigo Hidalgo foi ao ar nesta quarta-feira, 18 de setembro, e está integralmente disponível no canal oficial da Prodetech no Youtube: https://www.youtube.com/@prodetechoficial.