Com mais de 1,5 milhões de quilômetros de rodovias por todo o Brasil, o país tem como principal meio de transporte de cargas o sistema rodoviário, responsável por cerca de 60% do total movimentado pelo país, segundo a Confederação Nacional de Trânsito.
A necessidade por uma frota ampla que atenda essa demanda, resultou na presença de mais de 2,18 milhões de caminhões no país em 2023, representando aproximadamente 5% do total de veículos em circulação no Brasil. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotivos.
Devido à alta circulação e o crescimento constante de veículos para transporte de cargas pelo território nacional, o crime organizado tem se sobressaído. Aproveitado da dificuldade do estado em prover segurança para as companhias, os criminosos preparam emboscadas para capturar veículos e cargas, visando a comercialização dos produtos e o desmanche das peças do automóvel para venda.
Em 2023, o Brasil registrou um pico nos casos de roubo de carga em território nacional, ao todo, com 17.108 ocorrências de assaltos a carga, uma alta de 4,8% em comparação ao ano anterior. Os estados mais afetados foram da região Sudeste, que concentra 76% das ocorrências, em especial Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Em contrapartida, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás também representam números alarmantes, de forma que as seis unidades federativas juntas representam 88% dos casos registrados. Os dados são do relatório anual desenvolvido pelo Centro de Inteligência da Overhaul, que ressalta a perspectiva de o número de crimes ser ainda maior neste ano.
Em entrevista ao Prodecast, João Carlos Soares Gurgel, policial militar da reserva e ex deputado federal pelo Partido Liberal (PL), destacou a importância do combate aos crimes de roubo de carga ser feito em união entre os governos federais, estaduais e municipais.
“O controle de frota de veículos, poderia ser feito por meio de câmeras de videomonitoramento, como os radares, que identificariam pelas placas veículos roubados e então informariam a polícia sobre a localização deste automóvel. Este é um caso onde as prefeituras poderiam ajudar ao estado para proteger toda federação”, afirma Sargento Gurgel que também destaca o destino destas mercadorias roubadas, “Hoje o criminoso organiza o crime de roubo de carga conforme a demanda do mercado, por produtos mais baratos, gerando assim um mercado paralelo, pautado sobre o crime. Não adianta ter direitos assegurados pela constituição se não tivermos segurança para viver.”
O sargento também destacou os projetos que criou enquanto atuou como deputado federal, todos em prol da segurança pública da população. O tema foi assunto no décimo primeiro episódio do Prodecast, ministrado pelo Doutor Clóvis Ferreira de Araújo, ex-Delegado de Polícia de São Paulo e atualmente advogado. O podcast está disponível no canal oficial da Prodetech no Youtube.
